Oh, Ternura dos acasos!
Como podes tramar assim?
Pouco caso fazes de mim e
De teu trono explodes em risos.
Mas, mendigava eu tão menos
E deste-me duas sílabas!
Duas gotas de veneno
Que, se não matam, ficam nas
Mentes, no peito, na garganta
E elas são tantas
Que me bastam e
São todo meu sustento.
Querendo, leva-me ao teu trono
Já realizei todo meu intento.
Mas, bem que um teu abandono
Seria para mim a busca de mais
De tudo que não ouvi,
De frases que não colhi,
E que, ó acaso, preciso demais.
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