Não pode ser justo
Percorrer este duro caminho
Vivendo de escassos sustos
E tão sedento de seu carinho
Como é íngrime a estrada,
Como dói pensar ser em vão
Esta incrível caminhada e
Esta dor constante do coração.
Como sempre se erra!
Quantos passos se dá pra trás
E que, por tempo, emperram
O encontro da sonhada paz.
Quanto anos ainda, meu Deus!
Terei que suportar, esperar
Para que ela ao outro diga adeus
E menos duro seja meu desesperar.
Por que uma antiga recusa
Contorce tanto, amargura tanto
E de mim em tudo abusa
E se faz a fonte de todo meu pranto?
Ah, este meu corpo intocado!
Poderá haver maior amor
Que um eterno namorado
Que só anseia esse seu desconhecido sabor?
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