Por que meu grande amor
Insiste em ficar tão distante,
Tão impossível e desconcertante?
Que me falta, meu Deus!
Faço-te bela, faço-te pura,
Meiga, tímida e sonhadora.
Não ouso, em minhas aventuras,
Sequer imaginar-te em meus braços,
Mas... eu quedo e alucinado,
Afagando tua face, tocante tua pele,
Alisando teus cabelos enrolados.
Incrível! Tragédia de um coração.
Quanta decepção, frustração,
Estaria me aguardando no dia
Em que te confessaria meu cálido desejo
E daí ouviria, num pálido lampejo
De uma moça desconhecida, um sarro cruel em sobejos.
Vida, vida - passarela de mocidades -
Quantas histórias encenas
E quantos bastidores impões.
Queria ter, ao menos, nesta arena iluminada,
Um par também ator de uma história criada
Que me amasse as duas horas por ato
E que, mais tarde, quando eu caído nos becos e nos bares,
Fosse solidária aos meus tiques de dor
E ali me procurasse e me levasse aos ares.
Tirasse-me da angústia de pensar que tudo
Não passara de uma simples história de amor.
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