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Foto do escritorghackmann

Carioba - Tramas do algodão

O lançamento de Carioba - Tramas do Algodão será em 06 de junho de 2024, no Quiero Café, em Americana, a partir das 19:30hs. No sábado, dia 8, pela manhã, estarei no espaço do escritor da Papelaria Tamoio, para uma sessão de autógrafos.


Já foi feita a prova, revisão, definição do título e capa. Está na diagramação e em seguida para a gráfica. Não deixa de ser uma corrida para os livros chegarem aos leitores no dia do lançamento.


Com Carioba, eu posso dizer que realizo dois sonhos de muito tempo: o de escrever uma história fictícia, um romance histórico sobre Carioba e o de publicar por uma editora tradicional, que confiou no meu trabalho e investirá na publicação com seus recursos e sua estrutura, sem cobrar nada do autor, sem exigir quota mínima para vendas de exemplares.


Esta semana mesmo, procurando um livro nos meus armários, acabei encontrando os exemplares da coletânea Escritores Brasileiros, 4 coletâneas de poesias em que eu participei, nos anos de 1985, 1986 e 1987. Em um desses livros, tem a dedicatória a minha mãe: "De página em página a gente alcança o nosso sonho".


De uma página de poesia até as mais de 200 páginas do primeiro livro da série sobre Carioba, são quase 40 anos em busca do sonho da publicação. Minha mãe não está mais aqui para ver Carioba, mas ela guardou por tanto tempo aqueles 4 exemplares da coletânea que foi como velar pelo sonho do filho.


Quantas vezes, em sua casa, eu ia até à estante de sua sala, procurava por esses exemplares e ficava me lembrando do tempo em que eu sonhava ser escritor, da juventude que escrevia muito, que corria aceleradamente produzindo, escrevendo. Logo as dificuldades que envolvem publicar, ser lido, reconhecido e de vender suas obras, me levaram ao desânimo. Parei de buscar o sonho.


Mas, o sonho nunca me deixou. Poucos foram os dias em que o desejo de escrever e publicar não me atormentaram. Até que decidi parar com muitas atividades e me dedicar à escrita novamente.


Nesses quatro anos da volta à escrita, são dois livros publicados: O Fruto Disso Tudo, em sua 2a versão, e Seria Para Você, uma releitura daquele primeiro livro que escrevi aos 16 anos, no distante ano de 1981. Fiz e faço muitos cursos de escrita criativa, palestras, estudos e enfrentei o desafio de escrever Carioba.


Não vivi em Carioba. Nem conheci. Apenas uma vez, ainda criança, meu pai nos levou a passear por lá, em um fusca. Eu me lembro de espiar pela janela do carro aquelas casinhas geminadas, as cerquinhas, o túnel de bambus e a impressão de um lugar muito bonito, tocante, separado do mundo. Mas foi apenas uns breves minutos, ao longe, sem pisar naquela terra.


No meu trabalho, na câmara municipal, sempre ouvi muitas histórias sobre Carioba contadas por José Carlos Santon, querido amigo, Diógenes Gobbo, eterno mentor e Hercule Giordano, saudoso e inesquecível personagem que vivia na Câmara, fazia visitas, contava histórias. Muitos outros também. E eu pensava: isso precisa dar um livro.


Uma vez, visitando o casarão Hermann Muller, a tarde já caía, eu fiquei naqueles jardins percebendo a brisa que acompanhava o rio ali ao lado. Prestando atenção, dava para sentir que naquele local havia muitos personagens vivendo ali. Caminhando, procurando, sofrendo, gritando, se negando a ir embora, morando em um mundo tão separado que ali era possível o sobrenatural fazer morada, a saudade trazer o choro, a memória pesar a vida.


O sentimento de um cariobense eu nunca conseguirei descrever ou contar. Mas, o que eu senti na brisa daquele lugar e o que depreendi do que ouvi, eu tentarei escrever na série.


Carioba, Tramas do Algodão, conta de 1937 a 1940. Personagens fictícios, história imaginada costurando sobre episódios históricos conhecidos. O segundo livro já está escrito, agora em fase de revisão, que contará de 1940 a 1944. E o terceiro ( ou quarto?) ainda está em fase de pesquisas. De Carioba iremos para Americana e contaremos sobre a princesa tecelã.


Carioba é meu presente para Americana. Para minha cidade. Não sei como será a receptividade, mas a história foi escrita com o mesmo ímpeto dos meus 16 anos e com o que os 40 anos de sonhos reservaram para esse momento.


Convido a todos a lerem e a se envolverem nas tramas do algodão de Carioba.



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